terça-feira, 16 de novembro de 2010

Aproveitar os pequenos momentos e lutar por ser feliz

Os últimos três meses não têm sido fáceis, e sobretudo cheios de alturas em que se acha que mais nada vale a pena. A vontade de desistir de tudo tem sido uma constante. Não acabei a licenciatura, que era a minha grande meta para este ano. Visto que não estou a estudar seguiu-se a "árdua" tarefa: entregar curriculos ; no início cheia de ânimo, agora uns dias sim, outros não. E o emprego continua a não existir.
No entanto, a maneira de pensar/viver, começa a mudar.Dei por mim a pensar: "Mas que raio, tudo tem que ter um lado positivo." Tudo depende de nós próprios, se não resolvermos as nossas coisas ninguém as resolve por nós, se decidirmos lutar pela nossa felicidade temos que ser nós a fazê-lo, os bons momentos não surgem sozinhos. A nossa personalidade está sempre em constante construção/mutação, e vamo-nos surpreendendo a nós mesmo com as mudanças que esta vai tendo, pelo menos a mim tem-me acontecido frequentemente.
Até há pouco tempo tentava falar pouco,aliás não falava, do facto de ser adoptada,conta-se pelos dedos das mãos as pessoas que o sabem. Sentia algum receio em contar, sempre com medo da reacção da pessoa que estivesse a ouvir o que estava a dizer; isto porque sofri já bastante com reacções. Hoje penso: " Tenho tanto orgulho nisso, tenho mas é que me sentir à vontade para contar a quem me apetecer." Mas, ao mesmo tempo que a vontade de contar isto às pessoas aumentou, a de conhecer ainda melhor tudo o que com isto está relacionado ( e pessoas) cresceu também! Sinto-me, sobretudo, feliz comigo mesma por conseguir escrever sobre isto e partilhar.
Tenho também cada vez mais segura a convicção de que a minha família são todos aqueles de quem gosto, porque afinal as chamadas "relações biológicas", seja lá o que isso significa (que para mim não é nada), eu não as tenho com ninguém. São ela todos os meus amigos ( espero bem que eles saibam quem são), os meus "padrinhos", os meus pais, a minha avó ( a minha outra avó e o meu avô, que sei que estão a olhar por mim), os meus primos...e que feliz que eu sou assim com uma enorme família.
A morte da minha avó há três semanas, apesar de ter sido a pior coisa que me aconteceu até hoje, transformou-se também numa fonte de força para procurar ser feliz. Quando ela estava acamada costumava ir para o quarto dela e ficar lá a escrever e a olhar para ela, enquanto pensava quero ter uma vida como a dela, não tão longa, ou pelo menos a sofrer. Mas o que é certo que por muito duros que tenham sido alguns momentos da vida dela, nunca deixou de procurar a felicidade, e tinha o sorriso mais bonito que eu conheci até hoje. E sei que rezava todos os dias para que eu fosse feliz!
Perante tudo isto e porque me deram uma vida maravilhosa tenho é que ser feliz. E quando momentos menos bons se aproximarem tenho é que erguer a cabeça, pôr um sorriso no rosto, lutar e seguir em frente; e não ir para a toca como tem sido costume.

Um grande muito obrigada a quem todos os dias contribui para que eu seja feliz.


(post escrito ( copiado e editado) ao som de Rita Redshoes (que contribui também para momentos felizes)